sábado, 12 de setembro de 2015

A 25 de julho ACO escreveu

RIO ACIMA, SEM MOTOR

"Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes", concluiria eu sobre os aspetos regionais da entrevista de Passos Coelho a este jornal. Outra promessa de insuficiente solução, para breve, diz, quanto ao Metro Mondego; uma pequena obra – feita por presos – na penitenciária (era uma construída de raiz, lembram-se?); novo adiamento, por exemplo, das instalações para a PJ e GNR; o disparatado albergar de algumas seções do tribunal (para quando o indispensável Campus da Justiça, na rua Figueira da Foz?) no antigo Pediátrico, que julgava destinado ao Centro para o Envelhecimento Ativo e Saudável; sobretudo o ensurdecedor silêncio quanto a projetos como a estação de comboios, regeneração urbana, modernização da estrutura ferroviária regional, conclusão do plano rodoviário da Beira, aeroporto de Monte Real, o anúncio de políticas de desenvolvimento. Mas porque será, Deus meu, que em Coimbra – para além da coincineração – nada se faz, ou faz-se tarde e de forma atamancada? Enfim, adaptando o título de livro de Erich Maria Remarque, ao Centro, nada de novo.

Já começaram a aparecer, finalmente, placas de sinalização rodoviária com a indicação de Coimbra Património Mundial. Agora só falta colocarem outras, junto, que expliquem o símbolo…

Voltemos aos rankings das melhores universidades, de novo ao da CWUR (Center of World University), que, depois de Lisboa (sobe do lugar 278 para o 257) e do Porto, que desce de 290 para 308, coloca Coimbra na terceira posição, com uma subida da posição 545 para a 507. Aveiro, Nova de Lisboa, Minho e Algarve são as restantes nacionais referenciadas, em seriação onde surgem, nos primeiros cinco lugares, as universidades americanas de Harvard, Stanford e MIT (Massachusetts), seguidas das inglesas Cambridge e Oxford, todas não sediadas, Magnífico Reitor, em cidades grandes. Contudo...de excelência, como aspiramos.

Receando que de outras bandas não venha melhor, olho o processo de constituição da lista de candidatos do PS às próximas legislativas, os nomes aprovados pela Federação Distrital de Coimbra, a correção final imposta, e, vá lá saber-se porquê, quedo-me perplexo. E volto a perceber, muito claramente, reforçadamente, as razões pelas quais os partidos estão como estão, o parlamento se desqualifica, a cidade e região continuam a perder influência política.

Julgo lembrar-me de ter ouvido dizer, um dia, que, numa ótica de aprendizagem inovadora e pioneira, se iriam realizar julgamentos na UC, no Colégio da Trindade, assim transformado em tribunal-âncora universitário, judicial e europeu, para o que foi, mesmo, em 2006, estabelecido um acordo com o ministério da Justiça. Afinal, agora, e para tanto foi até ratificado protocolo entre a Faculdade de Direito e o Centro de Estudos Judiciários, limitar-nos-emos, na entretanto apenas Casa da Jurisprudência, à realização de simulações. Mas, se calhar, do mal, o menos!

A Câmara Municipal, a par de alterações cerca do Jardim da Manga, vai aumentar a área pedonal na zona da Praça da República, designadamente através do alargamento dos passeios junto dos cafés Moçambique e Académico, também – hoje Chiado, para quem não saiba – do antigo Mandarim. Acho bem. Mas acharia muito melhor se o sequente corte no estacionamento o fosse de forma total...depois de construído (que será feito do projeto?) o parque subterrâneo.

O enorme – e para mim mesmo surpreendente em termos de grandeza – êxito do vídeo mapping que a universidade promoveu no âmbito das celebrações dos seus 725 anos é a prova provada (parabéns Clara Almeida Santos) da resposta de Coimbra e região a iniciativas de qualidade. Mesmo as de âmbito cultural, acentuo, tão mal tratadas por tantos. E ainda há quem receie a dimensão do Convento de S. Francisco...

Condeixa, justíssimo, homenageou Jorge Bento com a Medalha de Honra do Município e a atribuição do nome do anterior presidente da câmara à biblioteca; António Vilhena, para além de filiações partidárias ou de ritos – e acredito sinceramente num bom mandato – será, "secreto", o novo curador da Casa da Escrita, que vai passar a ter, muito bem, uma Sala Eduardo Lourenço; a Região Centro e o alemão Biocon Valley vão trocar experiências na área da economia da saúde; depois de pioneira na utilização dos poluidores e barulhentos tuk tuk, chegaram à cidade, preferíveis, os primeiros daqueles veículos elétricos; e Coimbra (a não faltar, até terça-feira) continua a usufruir, um privilégio, de momentos culturais magníficos no Festival das Artes.

António Cabral de Oliveira

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