sábado, 12 de setembro de 2015

A 20 de junho ACO escreveu

RIO ACIMA, SEM MOTOR

O índice sintético de desenvolvimento regional – que analisa os indicadores competitividade, coesão e qualidade ambiental – referente a 2013, produzido pelo Instituto Nacional de Estatística, e agora dado a conhecer, coloca Coimbra em sexto lugar, depois de Lisboa, Alto Minho, Porto, Aveiro e Leiria. E releva, preocupemo-nos, quando olha os territórios que regrediram, ser a "Região" de Coimbra a que regista, leio e sublinho, o resultado mais negativo. Mas o que interessa isso? Vamos mas é ao acessório, festas e coisas assim, que o fundamental, como concretizar estratégias, dinamizar o tecido empresarial, pôr finalmente o iParque a cumprir de forma integral a sua missão no campo da inovação tecnológica e científica dá muito trabalho!

O turismo, em Coimbra, apesar dos números crescentes (aumento de visitantes em 20% no ano passado), não atingiu ainda, nem pouco mais ou menos, os valores a que, com justeza, pode almejar. A universidade, a saúde, a cultura, o património material e imaterial, são bens em que – não vamos, por favor, exagerar – somos suficientemente ricos. Importa é sabermos aprender com os melhores, fazer a estruturação indispensável, apostar na qualidade, concretizar com exigência. Para que não nos venha a acontecer, no deslumbramento do dinheiro novo, o que, vejamo-lo apenas como figura de retórica, Catarina Portas denunciava há dias, no seu Facebook, quando dizia, sobre a Baixa da capital, na cidade "caça-turistas", que não gostou nada do que viu: uma Lisboa (que não o é seguramente) "tão falsa e tão feia"!

Para celebrar o segundo aniversário da classificação de Coimbra como Património Mundial, vai haver, da Alta à Baixa, "sons da cidade". Pena, muita pena mesmo, é não haver também, dois anos, 24 meses, 104 semanas, 730 dias, 17.520 horas depois, uma placa, uma que fosse, que o indique a quem por aqui passa. Mantenhamos, contudo, a esperança. O momento há de chegar...

Deve ser absolutamente frustrante – é-o com certeza – a continuada ausência de resposta dos comerciantes da Baixa aos empenhados esforços da sua Agência de Promoção. Como ainda agora voltou a acontecer quando apenas uma dúzia dos cerca de 400 respondeu à chamada para discutir o futuro do comércio tradicional da zona histórica da urbe e da própria APBC. Desmotivados, eles? Sem esperança alguma, em definitivo desanimados com tais "empreendedores", ficamos todos nós.

Nas suas caminhadas hegemónicas, o Porto gostaria de exercer a sua direta influência até Coimbra  – muitos por lá consideram que o Norte vem até ao Mondego! –, Lisboa, de se alongar até Leiria, assim abarcando, nos seus interesses turísticos, Fátima. Um festim territorial e administrativo, seria. Ou será?

A Brigada de Intervenção, e nunca é demais sublinhar a relevância da instalação do seu Comando em Coimbra, está a celebrar o nono aniversário – hoje teremos desfile militar e mostra de meios no Parque do Mondego –, efeméride que deverá também servir para, com a nossa presença, lhe tributarmos o reconhecimento da cidade em razão da sempre disponível, empenhada  e prestável ação desenvolvida.

Depois do que, com honestidade, honra lhe seja, ouvi dizer a Obiora sobre a frágil Académica e a pequena Coimbra, sobre a sua nenhuma motivação para aqui jogar, que desempenho se espera do futebolista profissional, o que faz ele entre nós? Da minha parte, o nosso obrigado pela contribuição que deu para mais uma época de sobressalto até à penúltima jornada, e votos de boa viagem de regresso, a Itália, aonde seja.

A Faculdade de Medicina recebeu, justamente, a Medalha de Ouro do Ministério da Saúde; um mar de gente foi à Baixa ver as marchas passar; na sua difícil caminhada para a total valorização, o arroz carolino do Baixo Mondego tem, por fim – lembro Carlos Laranjeira –, o estatuto de Indicação Geográfica Protegida; mesmo se não puder comprar, o que nos acontece a tantos, alegre pelo menos os olhos e o espírito olhando a exposição de desenho e pintura de Suzana Chasse, na Galeria Sete, ali ao fundo da Elísio de Moura; a mata do Buçaco é já, para todos nós, óbvia e absolutamente, monumento nacional; e a universidade, depois de obras, inaugurou (?!) o palácio (?!) Sacadura Botte, agora, mal extinto que foi o Museu Nacional da Ciência e da Técnica, bem entregue à Psicologia e Ciências da Educação.

António Cabral de Oliveira

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.