sábado, 12 de setembro de 2015

A 11 de julho ACO escreveu

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Manuel Machado, cheio de razão, afirma-se deveras preocupado com a constatada – e reiterada – postura governamental contra os projetos para Coimbra. E a cidade, que vê sempre adiados os seus propósitos de desenvolvimento, proteladas as infraestruturas e as políticas de sustentação regional (os equipamentos que não se constroem, a permanente delapidação e esvaziamento dos serviços), acompanha, por óbvia, tamanha apreensão. Temos, pois, indispensavelmente, de trabalhar melhor, de ser mais inflexíveis. Mas estaremos, afinal, não 'fraca gente', disponíveis para mostrar, de forma assumida, empenhada e responsável, o nosso desassossego? Em tempo de nos deixarmos de protestos institucionais e lamúrias vazias, urge adotar outra e mais contundente atitude de exigência. Connosco, seguramente. Com quem nos governa, sobretudo.

Sublime e surpreendente, estupendo e belíssimo, qualquer um destes qualificativos, entre tantos outros possíveis, se adapta, na perfeição e sem exagero, ao espetáculo de vídeo mapping "Universidade de Coimbra, 725 Anos, uma História de Luz" (que, para além de suscetível de ser olhado, ele próprio, como um produto turístico, deveremos poder revisitar pelo menos uma vez por ano), e que levou, impressionante, autêntica avalanche de alegre e participativa gente ao Pátio das Escolas. Não querendo esquecer a participação camarária no evento, o gosto imenso com que, finalmente, Magnífico Reitor, lhe digo: muito bem.

Acabaram as Festas da Cidade. Muito concorridas, com uma programação que cativou. Congratulemo-nos, pois, como dona Constança...com tanta festança.

A publicidade, generosamente derramada nos jornais, diz que, para a Águas de Portugal, "a água une o norte ao sul"; a Norte, ela liga "além do Marão até ao mar"; em Lisboa, vai "da serra à planície, do litoral ao interior". Já ao Centro, sem referências geográficas – e como não se, em favor da capital, nos partiram ao meio, em dois! – a água apenas fica a unir, tanto passado sem futuro...cultura, história e tradição! Depois de mais uma divisão irracional do território, eis as dificuldades (mas o que interessa isso, se o prevalecente são os interesses espúrios e os lucros) até na construção dos anúncios.

É ainda com os últimos jacarandás em flor em tantas ruas e praças de Coimbra que leio existirem em Lisboa, um espanto, mais de 600 mil árvores, com diversos tamanhos, cores e formatos, de 200 espécies diferentes. E, também, que a área verde de Lisboa triplicou nos últimos seis anos, com mais 160 hectares de novos espaços. Mesmo sabendo da enorme diferença em termos de dimensão urbana, olhando as caldeiras vazias e os desprovidos terrenos, quanta emulação, inveja mesmo, Carlos Cidade...

No indispensável "aprofundamento da espiritualidade franciscana", equilibradas as contas "de forma sustentável", quero acreditar, em valor da comunidade toda, na profunda revitalização da Confraria da Rainha Santa, do seu património imaterial, também da imensa herança em bens culturais de que é responsável e guardiã.   

"Bosque sagrado" é, de facto, a designação perfeita para a Mata do Buçaco, que tem, agora apresentado, o plano florestal que vai assegurar, indispensavelmente, a gestão sustentada e a manutenção da biodiversidade daquele excelso parque verde. Que, sendo da Mealhada, é também, saibamos usufruí-lo, de todos nós.

Da reunião camarária desta semana, notícia foi a aprovação, finalmente (assim em tamanha melhoria dos serviços), e sem alteração de uma única vírgula, da ata da anterior sessão plenária do executivo; já me estou a ver pedir, um dia destes, em restaurante da cidade, cheia de qualidade, “uma picheira de água de Coimbra, se faz favor”; está aí, no Choupalinho, vamos aos carrosséis, vamos à sardinha assada, a feira popular; o Café Santa Cruz encerra amanhã a programação do seu 92.º aniversário, parabéns, comemoração que o vem robustecendo enquanto espaço indispensável no panorama cultural de Coimbra; o jazz está de regresso, em boa hora, ao Quebra-Costas; e na próxima quinta-feira, sigamos os bombos, vamos ao Festival das Artes.

António Cabral de Oliveira

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